quarta-feira, 19 de maio de 2010

A tua roupa ganhou vida...

De manhã quando acordei fui buscar a roupa ao guarda-vestidos. Mal me vesti, as calças desapertaram-se. Eu apertava e elas desapertavam-se. Tirei-as e vesti outras sem botões. Estas tinham um cordão. Eu apertava e elas desapertavam-se; vesti a t-shirt e o casaco, mas o casaco arregaçava as mangas. Eu puxava-as para baixo porque estava frio e ele puxava-as para cima.


Ao sair de casa, calcei as sapatilhas mas os cordões desapertavam-se. Como já me estava a passar com tudo aquilo, resolvi fingir indiferença. A normalidade durou pouco. Quando queria correr para ir apanhar a camioneta parecia que estava preso ao chão. De repente, as sapatilhas começaram a correr com tanta pressa que eu nem via por onde ia. A sensação até nem era nada má… até que pararam e estava em frente à escola. Mal entro na escola, vejo a minha camioneta a chegar. Tinha chegado primeiro. Espero pelos meus colegas e, de repente, dá o toque de entrada. Quando comecei a subir as escadas, as sapatilhas queriam descer. Amarrei-me ao corrimão com toda a força e puxei-me para cima até à sala. Confesso que me senti um pouco ridículo. A professora de Português, de nariz muito empinado, com uns sapatos de tacão alto e com um ar de quem queria pegar comigo, perguntou o porquê do meu atraso. Inventei uma desculpa. Quando contava tudo a um colega, a professora apanhou-me e pôs-me a fazer um texto sobre um tema à minha escolha. Disse que queria vê-lo no final da aula. Mas eu queria escrever uma coisa e o meu casaco obrigava a minha mão a escrever outra. Então, já farto daquilo, deixei a minha mão fazer tudo. A professora leu aquilo e adorou.

Quando cheguei a casa estava estafado. Tirei as sapatilhas que começaram a correr, as calças corriam atrás das sapatilhas e a camisola e o casaco andavam à luta. Aquilo fez uma barulheira.

O meu pai foi ver o que era e tudo voltou à normalidade. Na manhã seguinte, fui ver a roupa. Estava tudo normal. Compreendi que tudo não passara de um sonho. Muito estranho, por sinal.

RAFAEL COSTA 7ºA

Sem comentários: