A tua roupa ganhou vida e impõe a sua vontade sobre os teus movimentos. O que acontece a partir daí?
Quando vinha para a escola, a minha camisola decidiu que eu tinha de lhe puxar uma das mangas para trás enquanto a outra ficava normal. Eu achei ridículo, mas tive de obedecer. Depois de chegar à escola, as minhas calças quiseram que eu fizesse a mesma coisa, só que tinha de ser na perna oposta da manga que tinha puxado para cima. Aí é que pensei que ia ficar mesmo ridícula, mas obedeci mais uma vez. Antes de entrar para a sala, as sapatilhas exigiram que eu lhes tirasse os cordões. Eu pensei que se corresse elas me iriam sair dos pés. Obedeci novamente, embora cada vez mais contrariada.
E voltei a ficar ainda mais ridícula.
Não bastando tudo isto, as sapatilhas decidiram fugir e tive de andar atrás delas, descalça. Depois as calças decidiram estar sempre a abrir o fecho e fizeram-me virar para outros sítios. Bati catorze vezes contra os professores. A camisola achou piada e também se quis divertir. Começou a dançar quando eu estava na aula de Inglês. A “stora” começou a olhar e depois as calças fizeram-me sair da sala.
Quando cheguei a casa, contei à minha mãe tudo o que se tinha passado. Mas… ela não acreditou. E o pior de tudo, senti-me ridícula.
Catarina 7ºA
Uma carta para o pai que está longe...
Há 10 anos
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