domingo, 30 de maio de 2010

Faz de conta que sou...teatro

Introdução ao estudo do texto dramático








































Para introduzir o estudo do texto dramático, propus aos meus alunos de 7º ano, uma actividade, intitulada “ Faz de conta “, que partiu do seguinte poema de Eugénio de Andrade.





FAZ DE CONTA

__ Faz de conta que sou abelha.

__ Eu serei a flor mais bela.



__Faz de conta que sou cardo.

__ Eu serei somente orvalho.



__ Faz de conta que sou potro.

__ Eu serei sombra em Agosto.



__ Faz de conta que sou choupo.

__ Eu serei pássaro louco.



Pássaro voando e voando

Sobre ti vezes sem conta



__ Faz de conta, faz de conta.



O PÁSSARO E O CHOUPO

Cena I



(Num belo prado verde em plena estação da Primavera)



Pássaro -(alegre) Eu adoro fazer-te companhia.

Choupo - (sorrindo) E eu adoro estar contigo, esteja frio ou calor.

Tanto te faço companhia a ti como a muitos outros iguais a ti.Tenho braços longos para tu lá pousares.

Pássaro - (tímido) Espero que não fiques aborrecido por eu pousar nos teus braços lindos e maravilhosos.

Choupo – (simpático) Claro que não! Também espero que não fiques chateado por pousarem aqui outros animais maravilhosos: esquilos, melros, cucos e até cobras, imagina…Mas, já que não posso sair daqui, ajuda-me a passar o tempo. (triste) Como sou bastante alto, consigo apreciar uma bala paisagem. Às vezes apetecia-me ir dar uma voltinha…

Pássaro – Deixa lá eu vou dando notícias.

Choupo - Gostei de te conhecer e volta sempre porque eu não consigo voar como tu.

Pássaro - Eu também gosto muito de ti! Eu voltarei.

 


A ÁRVORE E O POTRO

Cena I



(A árvore aprecia o potro que brinca no prado)



Árvore – Olá potro o que andas a fazer por aí?

Potro – (triste) Ando a brincar, acompanhado da minha mãe.

Árvore – Por que estás triste?

Potro – Porque ainda não tenho amigos.

Árvore – (a rir) Mas tens-me a mim.

Potro – És uma amiga muito simpática. Quando está calor, a tua sombra é maravilhosa.

Árvore – (sorrindo) Obrigada, potro.

Potro – De nada. Olha, agora vou dar uma volta pelo campo. Quando o sol me aquecer demasiado, volto.

Árvore – Vai andando. Eu vou aproveitar este bom tempo para dormir uma sesta.

Potro – Até logo!

Árvore – Até logo!




A FLOR E A ABELHA

Cena I

(Num belo jardim florido, Flor e a Abelha conversam)

Flor - (contente) – Ora viva Senhora Abelha. O que anda aqui a fazer?

Abelha – Ando por aqui a recolher algum pólen para fazer mel. Não se importa, pois não?

Flor - (a rir) - Não, claro que não me importo. É com muito gosto que contribuo para fazer o mel.

Abelha - (sorrindo) Obrigada, Flor.

Flor - Fico muito contente que as abelhas venham até mim, porque posso falar com elas.

Abelha – Eu também fico muito contente.

Flor – Sabe? Algumas crianças vêm até mim para me cheirar!

Abelha (triste) – A mim não!

Flor - Porquê?

Abelha – Porque eu pico as pessoas.

Flor – As pessoas não são assim tão más com se pensa. Quer saber uma coisa?

Abelha (desconfiada) – Claro, diga lá.

Flor – Tem de deixar que as pessoas mexam, como eu deixo.

Abelha - (pensativa) Está bem, vou tentar não picar as pessoas.

Flor – Agora que já lhe ensinei alguma coisa, vou dormir.

Abelha – Obrigada pelo conselho que me deu. Foi muito agradável falar consigo. Eu também vou dormir, com as minhas amigas. Não tem medo Flor?

Flor – Não, já estou habituada. Algumas formiguinhas vêm dormir debaixo de mim e quando não tenho as formigas falo com as estrelas.

Abelha – Até amanhã.

(No dia seguinte)

Flor - (feliz) – Bom dia. Que bom é acordar com a brisa a bater-me nas pétalas!...

Abelha – Olá Amiga!

Flor - A que se deve esta visita inesperada?

Abelha - (triste) – A Rainha das Abelhas está muito doente, as abelhas andam tão preocupadas que não sabem o que fazer.

For – Em que posso ajudar?

Abelha - (sorrindo) – Já ajudou. O pólen que me deu ontem era tão bom que a Rainha das Abelhas abriu os olhos. Graças a Deus.

Flor - (contente) – Ainda bem. Leve o pólen que quiser.

Abelha – Obrigada amiga, muito obrigada.

Flor – De nada.

Abelha e Flor – Quando precisar de nós é só chamar. Estamos aqui para ajudar, porque juntas do mundo vamos tratar.

(Cai o pano)




Índice

Introdução ao estudo do texto dramático…………………………………………………Pag.1

Jogo do faz de conta…………………………………………………………………….....Pag.2

O pássaro e o choupo……………………………………………………………………...Pag.3

A árvore e o potro………………………………………………………………………....Pag.4

A flor e a abelha…………………………………………………………………………..Pag.5,6



Trabalho realizado pelos alunos do 7º A e do 7º B


sexta-feira, 28 de maio de 2010

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Carta de Reclamação-Brízida Vaz

Eu, Brízida Vaz, venho por este meio apresentar a minha reclamação quanto à forma como fui recebida na barca de Lúcifer, Rei dos Infernos, no passado dia 14 de Julho de 1518.
Para começar, o Diabo foi arrogante comigo, tratou-me mal, insultou-me diante dos outros passageiros daquela barca infernal.
A barca que me foi destinada carece de higiene e de espaço para transportar os meus seiscentos virgos postiços, três arcas de feitiços, três armários de mentir, algumas jóias, guarda-roupa de encobrir, dois coxins de encobrir moças, cinco cofres de enleios e ainda alguns furtos.
As condições do quarto não são as melhores para continuar a prestar os meus serviços. O telefone está sem saldo para eu poder contactar com as moças que envio todos os domingos para os Cónegos da Sé.
Quero desde já agradecer a Vossa Majestade a atenção dispensada.


P.S. Se precisar de algum serviço, também comercializamos moças para a Corte Real.



Trabalho realizado por:

Juliana nº12

Lucília nº13 - 9ºC

Narrativa Partilhada

A lua é uma bola de Berlim, bem redonda, mas roída pelos ratos!
Um dia, ainda lá hei-de ir. - Pensava o Guilherme, enquanto olhava o céu!
Mas, enquanto não voou, aproveitou para saborear uma bola de Berlim no areal. Aparece à noite quando o sol vai dormir!
- Ah! Como eu anseio por essa grande viagem!
Estavam pensativos, o Paulo e a Teresa, a olhar para as estrelas. Enquanto Paulo continuava pensando nos grandes planos que tinha pela frente, Teresa põe os braços calmamente nos ombros de Paulo e disse:
- O nosso pequeno Guilherme anda sempre no mundo da lua! Por falar nisso, onde estará o Guilherme? Já não o vemos há meia hora.
- Deve estar pensativo num canto, mas feliz com certeza.
Guilherme brincava com o seu balde e imaginava a sua viagem. De repente, Guilherme largou o balde e desatou a correr na direcção de Teresa e de Paulo.
- Amigos, amigos, tenho uma novidade e quero partilhar com todos! Amanhã iniciarei uma viagem à volta do mundo sozinho!
Os pais olharam para o filho surpreendidos e disseram:
- Guilherme, és muito novo para fazer uma viagem sozinho à volta do mundo…
E o Guilherme diz:
- Não, vocês é que ainda me vêem eternamente novo. Mas também se não puder imaginar as coisas não tem graça. Quero conhecer novos países, novas gentes, novas culturas...
- Guilherme, gostaria de ir contigo pois também gosto de viajar!
- Mãe, de repente tive uma ideia: podíamos ir até à lua, dizem que é parecida com uma bola de Berlim!
E, porque não os três juntos?
Chegaram à lua! Afinal há muitos seres vivos aqui....

quarta-feira, 19 de maio de 2010

A tua roupa ganhou vida...

De manhã quando acordei fui buscar a roupa ao guarda-vestidos. Mal me vesti, as calças desapertaram-se. Eu apertava e elas desapertavam-se. Tirei-as e vesti outras sem botões. Estas tinham um cordão. Eu apertava e elas desapertavam-se; vesti a t-shirt e o casaco, mas o casaco arregaçava as mangas. Eu puxava-as para baixo porque estava frio e ele puxava-as para cima.


Ao sair de casa, calcei as sapatilhas mas os cordões desapertavam-se. Como já me estava a passar com tudo aquilo, resolvi fingir indiferença. A normalidade durou pouco. Quando queria correr para ir apanhar a camioneta parecia que estava preso ao chão. De repente, as sapatilhas começaram a correr com tanta pressa que eu nem via por onde ia. A sensação até nem era nada má… até que pararam e estava em frente à escola. Mal entro na escola, vejo a minha camioneta a chegar. Tinha chegado primeiro. Espero pelos meus colegas e, de repente, dá o toque de entrada. Quando comecei a subir as escadas, as sapatilhas queriam descer. Amarrei-me ao corrimão com toda a força e puxei-me para cima até à sala. Confesso que me senti um pouco ridículo. A professora de Português, de nariz muito empinado, com uns sapatos de tacão alto e com um ar de quem queria pegar comigo, perguntou o porquê do meu atraso. Inventei uma desculpa. Quando contava tudo a um colega, a professora apanhou-me e pôs-me a fazer um texto sobre um tema à minha escolha. Disse que queria vê-lo no final da aula. Mas eu queria escrever uma coisa e o meu casaco obrigava a minha mão a escrever outra. Então, já farto daquilo, deixei a minha mão fazer tudo. A professora leu aquilo e adorou.

Quando cheguei a casa estava estafado. Tirei as sapatilhas que começaram a correr, as calças corriam atrás das sapatilhas e a camisola e o casaco andavam à luta. Aquilo fez uma barulheira.

O meu pai foi ver o que era e tudo voltou à normalidade. Na manhã seguinte, fui ver a roupa. Estava tudo normal. Compreendi que tudo não passara de um sonho. Muito estranho, por sinal.

RAFAEL COSTA 7ºA

terça-feira, 18 de maio de 2010

A tua roupa ganhou vida...

A tua roupa ganhou vida e impõe a sua vontade sobre os teus movimentos. O que acontece a partir daí?

Quando vinha para a escola, a minha camisola decidiu que eu tinha de lhe puxar uma das mangas para trás enquanto a outra ficava normal. Eu achei ridículo, mas tive de obedecer. Depois de chegar à escola, as minhas calças quiseram que eu fizesse a mesma coisa, só que tinha de ser na perna oposta da manga que tinha puxado para cima. Aí é que pensei que ia ficar mesmo ridícula, mas obedeci mais uma vez. Antes de entrar para a sala, as sapatilhas exigiram que eu lhes tirasse os cordões. Eu pensei que se corresse elas me iriam sair dos pés. Obedeci novamente, embora cada vez mais contrariada.

E voltei a ficar ainda mais ridícula.

Não bastando tudo isto, as sapatilhas decidiram fugir e tive de andar atrás delas, descalça. Depois as calças decidiram estar sempre a abrir o fecho e fizeram-me virar para outros sítios. Bati catorze vezes contra os professores. A camisola achou piada e também se quis divertir. Começou a dançar quando eu estava na aula de Inglês. A “stora” começou a olhar e depois as calças fizeram-me sair da sala.

Quando cheguei a casa, contei à minha mãe tudo o que se tinha passado. Mas… ela não acreditou. E o pior de tudo, senti-me ridícula.



Catarina 7ºA

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Carta de Reclamação

Carta de Reclamação


Infernal Commarca, 12 De Maio de 1548

Excelentíssimo Senhor Rei D. Manuel

Venho por este meio informar vossa excelência, que as condições do hotel infernal são horríveis. O quarto encontra-se imundo e não tem espaço suficiente para a minha bagagem e para as minhas ilustres acompanhantes, que o senhor muito bem conhece. Não tenho uma suite imperial, com champanhe e caviar, nem pétalas de rosas espalhadas pelo chão a criar um tapete real para minha excelência. Fui ao WC e não existem sabonetes de cheiro a pêssego, nem sais para hidratar a minha delicada e formosa pele. Só existiam teias de aranha e ratazanas gigantes, que usam os meus sais de banho.

Exijo um quarto apresentável como a minha pessoa merece.

Aguardo resposta positiva de Vossa Excelência.



Brízida Vaz

 
 
Trabalho realizado por:
 
Andreia Veloso, 9º C
Joana Pereira, 9º C

Carta de Reclamação - Brízida Vaz

Carta de reclamação


18/05/1995

Excelentíssimo D. Manuel,



Venho por este meio apresentar a minha reclamação a Vª Ex., acerca das condições da Barca que me recebeu à minha morte.

Faleci no passado dia 12 de Maio e fui recebida na Barca Infernal de Belzebu, que sem as mínimas condições de higiene e de espaço me causou alergias e vómitos. Este lugar é horrível, imundo de germes contagiantes para o meu belo cabelo e para o meu sofisticado penteado. Um facto ainda mais inadmissível é que não havia cabeleireiro, manicure ou sequer pedicure e nem um requintado restaurante onde eu pudesse continuar a minha dieta que já vem de há alguns dias e agora todo o meu esforço ficou arruinado.

Eu sou uma mulher extremamente importante, fui eu que criei as “meninas para os Cónegos da Sé”. Só isso me deveria valer um lugar muito mais condigno de minha majestade. Sou uma mulher merecedora do bom e do melhor e o Senhor Rei dos Infernos tratou-me abaixo de cão.

Exijo que tome providências rapidamente pois o Senhor também usufruiu dos meus serviços com um desconto especial. Agora peço-lhe a recompensa que não será nada de mais, visto que Vª Ex. manda em terras de África, Ásia e América e pode mandar também no Inferno, ainda para mais agora que cá estou eu: uma dama merecedora de tudo do bom e do melhor.



Trabalho realizado por:

António Ribeiro, nº 6
Rita Pereira, nº 19

segunda-feira, 10 de maio de 2010

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Nuvens

Nuvens... São como eu, uma passagem desfeita entre o céu e a terra, ao sabor de um impulso invisível, trovejando ou não trovejando, alegrando brancas ou escurecendo negras, ficções do intervalo e do descaminho, longe do ruído da terra e sem ter o silêncio do céu.


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Álvaro de Campos

Projeção no Museu da Língua Portuguesa